Os desafios da vida fora do Brasil
- Aline Alves

- 7 de dez.
- 2 min de leitura
Atualizado: há 4 dias

Segundo dados divulgados pelo governo brasileiro de 2024, existem cerca de 4,9 milhões de brasileiros vivendo no exterior. A maioria dessas pessoas são jovens entre 20 e 40 anos buscando melhor qualidade de vida e trabalho. Outro motivo que leva muitas pessoas a deixar o país é a insegurança das grandes cidades brasileiras.
Esses brasileiros levam consigo o sonho de trabalharem sem exploração e ganharem salários justos, tendo assim maior tempo de qualidade para cuidarem de si. No entanto muitas dessas pessoas acabam frustradas pela grande dificuldade de se adaptarem à nova realidade e estilo de vida em outros países.
Algumas questões são relacionadas como principais desafios:
· barreiras linguísticas e diferenças culturais;
· diferenças nos serviços médicos e governamentais;
· frio em grande parte do ano.
Essas dificuldades, de ordem mais prática, acabam sendo agravadas pelos desafios emocionais que a experiência traz:
· sentimento de solidão;
· dificuldades de construir amizades e nova rede de apoio;
· dúvidas, culpa e arrependimento;
· frustrações das expectativas.
Nesse momento de fragilidade e enfrentamento desses desafios, algo muito comum de acontecer é a revisão das relações deixadas no Brasil. O distanciamento de familiares e amigos gera saudades e uma nova maneira de enxergar as questões que motivaram a decisão de sair. O sentimento de culpa e a sensação de ter abandonado pessoas amadas também aparece.
Não é raro o caso de arrependimento, quando por força da distância, o indivíduo se questiona se os motivos que o fizeram deixar seu país eram suficientes. Restam dúvidas sobre se vale a pena o enfrentamento das dificuldades pelos possíveis benefícios alcançados.
O que fazer para evitar o esgotamento emocional?

É muito importante que a pessoa que vive fora do país mantenha o contato, da forma que for possível, com as pessoas queridas no Brasil.
A distância física e de fuso horário muitas vezes é um grande complicador, mas é essencial que os laços não sejam cortados. Já novas amizades e a construção de novas redes de apoio levam tempo e precisam de uma dose maior de dedicação.
O choque cultural e a necessidade de adaptação exigem flexibilidade cognitiva, ou seja, o exercício da capacidade de aprender novas formas de fazer as coisas. O nosso cérebro tem essa habilidade inerente, mas para isso é preciso abertura e paciência consigo mesmo, pois esse aprendizado é um processo individual e não é linear. Altos e baixos podem acontecer e é preciso estar atento aos sinais de sobrecarga emocional.
Quando buscar ajuda?
Esses desafios podem se tornar algo insustentável com o tempo. É muito comum que as pessoas passando pelo processo imigratório se sintam sobrecarregadas emocionalmente, sofrendo com estresse, ansiedade e depressão. Essa sobrecarga pode levar à vontade de se isolar, onde o indivíduo passa a ter dificuldade de encontrar sentido no que está fazendo.
Nesse momento é muito importante poder contar com a ajuda de um profissional psicólogo que possa te acompanhar nesse caminho de adaptação, entendendo as nuances características do processo imigratório e seus efeitos emocionais a curto, médio e longo prazo.
Vamos juntos?

